Rua Pio XI, 1771 - Sala 03, Alto de Pinheiros - São Paulo/SP

  • (11) 3467-9071
  • 93145-9016

Preparação. A sustentação de uma marca forte

Preparação é estar permanentemente adaptado ás mudanças

Autor: Mauricio A CostaFonte: Revista IncorporativaTags: empresarias

“Os vencedores podem ser identificados pelo modo como perdem, pelo modo como lidam com a dor. É fácil ganhar e rejubilar-se com a vitória. Mas é como alguém supera a derrota que indica a sua força; é essa força que o transformará num vencedor quando surgir a oportunidade.” 
(Ichak Adizes, em "Os Ciclos de Vida das Organizações" – Pág. 176 – Editora Pioneira – São Paulo – 1993).

Vivemos momentos de transformações extraordinárias. Tornamos-nos vítimas e algozes de um tempo marcado por mudanças radicais que nos afetam diretamente de maneira espetacular. Nos últimos anos fomos afetados por um avanço tecnológico sem precedente na história humana. Um salto quântico de proporções inimagináveis a criar um enorme abismo entre seres humanos da mesma geração. Um desafio que se resume em uma única questão: estar ou não preparado para a mudança.

A origem desse magnífico salto da tecnologia está numa simples e subestimada palavra para muita gente: comunicação. Nunca em tempo algum da humanidade se criou tanta sinergia; uma expressão mágica que revela a capacidade de produzir estupendas mudanças no ambiente por conta da força gerada pela convergência de informações acumuladas de maneira isolada que uma vez potencializadas, ganharam força exponencialmente maior a partir do seu compartilhamento, gerado por conta da facilidade de comunicação.

Clemente Nóbrega, em seu livro "Em Busca da Empresa Quântica", nos fala da "Ciência da Complexidade" como uma ciência emergente, explicando-a como: “Propriedades que surgem da interconexão de uma porção de elementos isolados. As individualidades colaboram para produzir uma totalidade mais significativa que a simples soma das individualidades. O mundo que nos cerca está repleto desse padrão” (Pág. 257 – Ediouro – Rio de Janeiro – 1996). Ou seja, uma interação constante produzida pela permanente troca de informações, a gerar um "sistema inteligente que se auto-organiza" para produzir inovação em velocidades cada vez maiores, para a qual nem todos estão preparados, ou ao menos, se preparando.

Como Consultor, Coach, ou Palestrante, me deparo frequentemente com pessoas dos mais diversos níveis, assustadas com a velocidade dessa inovação e consequentemente com a terrível sensação de despreparo frente a essas mudanças. Nessas ocasiões é comum a pergunta: "E o que devo fazer?" A resposta que costumo dar é: "esqueça tudo o que aprendeu até agora e comece um novo aprendizado". A máquina de escrever ficou obsoleta, o moderno aparelho de televisão é interativo, monitorado por controles remotos cada vez mais dinâmicos e complexos, o computador vem substituindo gradativamente diversos meios de interação como a carta, o telegrama, o telefone, câmera fotográfica, o carro, o avião, o livro, a sala de estar, o contato pessoal, e até mesmo o sexo convencional. E assim, a virtualidade vai tomando conta das relações pessoais de forma abrupta e inexorável, deixando a todos reféns da tecnologia.

Nos negócios, em qualquer forma de empreendimento, a inovação é condição "sine qua non" para a própria sobrevivência, e o conhecimento, tornou-se o maior patrimônio do indivíduo e das Empresas. Máquinas e equipamentos ficam obsoletas em questão de meses. Processos se modificam com a velocidade da luz, para produzir significativos ganhos de escala por conta da eficiência, necessária à adequação de custos cada vez mais competitivos.

Do lado pessoal, posso citar o caso de alguns amigos e amigas que buscam em mídias sociais como o Facebook, gerar relacionamentos virtuais, à procura de oportunidades pessoais ou profissionais das mais diversas, ou mesmo para superar momentos de solidão. Todavia, sentem-se perdidos ou desorientados com relação ao uso de tais ferramentas, por não dominarem totalmente a aplicação de muitos dos programas computacionais. Limitam-se, portanto, a acompanhar aquilo que outros fazem, deixando de fora excelentes oportunidades de geração de conteúdo ou visibilidade para suas marcas pessoais ou empresariais. Motivo: despreparo. E novamente a pergunta: "E o que devo fazer?" Minha resposta: Saia urgente da zona de conforto. Abandone a inação muitas vezes causada pela preguiça física ou mental, e comece uma dinâmica atualização de seus conhecimentos. Não importa sua idade ou condição financeira, prepare-se! Não há mais tempo a perder. O momento é agora. Não há inimigo maior para o ser humano que o comodismo. E esse mal, é o que permite que pessoas maravilhosas venham a se tornar objeto de manipulação de inescrupulosos manipuladores políticos, empresariais ou religiosos. O despreparo é sem dúvida o mais significativo fator de insegurança, e por consequência, de indesejáveis crises existenciais, especialmente para aqueles que já não são tão jovens.

Trago comigo uma lamentável estatística, que me deixa profundamente consternado. A maioria das pessoas para quem dei como presente um exemplar do meu livro, "O Mentor Virtual", quando questionada vários meses depois sobre a leitura do livro, me responde de forma cínica e totalmente indolente: "ah!, eu ainda o estou lendo"; numa clara atitude de pouco caso, não comigo na qualidade de autor, mas com elas mesmas pela displicência com que tratam a responsabilidade em ampliar sua visão do mundo e prepararem-se para os desafios da atualidade. É claro, que não vai ser apenas o meu livro que irá propiciar isso, mas esse tipo de atitude reflete, com certeza,  um incompreensível e alienado comportamento em relação a importância de se estar ou não preparado para o gigantesco momento que vivenciamos.

Desde os dez anos de idade, leio em média três a quatro livros por mês, e ainda assim, repetindo Sócrates, "só sei que nada sei". Um livro carrega a visão de milhares de seres humanos que costumam embasar a cultura daquele que o escreveu. Por isso, cada vez que mergulho em um deles, o faço como quem está sentado de forma privilegiada e exclusiva numa platéia a escutar, simultaneamente, a mensagem de vários filósofos, mestres, profetas, doutores, gurus, a me falar suas idéias e pensamentos de forma condensada ou decodificada por alguém com visão diferente da minha. Uma fantástica sensação de crescimento pessoal, profissional e espiritual de indescritível proporção.

Preparação, enfim, não é apenas cumprir um tempo compulsório em bancos escolares para conquistar um nem sempre merecido diploma universitário, ou pomposos títulos de pós graduação. Preparação é estar permanentemente adaptado ás mudanças. Como dizia o grande naturalista Charles Darwin: "As espécies que sobreviverão, não serão as maiores ou aquelas mais inteligentes, mas as com maior capacidade de adaptação às mudanças do ambiente em que vivem". E neste sentido, vou um pouco mais longe, quando falamos de seres humanos não se trata apenas de sobrevivência mas de busca da realização pessoal.

É preciso ter em mente que uma marca forte, não se constrói com desdém, indolência ou comodismo. Exige conhecimento, aplicação e muito trabalho. De nada adianta ser inteligente se essa capacidade não for utilizada. Não importa as limitações ou fracassos do passado, tampouco saber em que estágio da vida se está; o fundamental é que utilizemos todo nosso talento com muita criatividade e senso de urgência no processo de constante atualização, porque é preciso reinventar-se a cada dia a fim de estar preparado para o novo.